quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Natal? Só nos shoppings!

No Shopping Leblon
Falta menos de um mês para o Natal e não sinto nem uma ponta do espírito festivo típico desta altura. Eu que sempre adorei esta época do ano com "as desculpas" para comprar um monte de presentes ou de fazê-los eu própria, digo-vos agora que nem tenho vontade de pensar em alguma prenda, quanto mais comprá-la ou fazê-la... Escusado será dizer que aqui em casa não tenho uma única peça de decoração natalícia exposta.

Tudo tem uma razão: Ora aqui no Brasil é difícil conceber a ideia de Natal que um português sempre teve, isto é, com as rabanadas típicas ou os sonhos de abóbora, com aquele frio e chuva que acompanham os dias mais pequenos e cinzentos, com o cachecol e o gorro de lã, com o cheirinho do pinheiro em casa, com a lareira acesa e com o presépio e as luzinhas que enfeitam as cidades.

Tirando a famosa árvore gigante que irá ser inaugurada este sábado no meio da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro não há luzinhas a enfeitar as ruas, não há rabanadas, não há presépios, não há pinheiros, andamos de chinelos e semi-nus pois estão 30 graus e um sol de cegar qualquer um que saia à rua sem óculos escuros. Acham que o cenário combina com o Natal?

Árvore na Lagoa o ano passado
Como este é um país de contrastes tal facto não deixaria de afectar a época festiva. Se entrarmos em qualquer shopping estamos noutra dimensão, onde aqui sim, encontramos "o Natal". Para começar, quando entramos estão 17 graus de temperatura, o que é um choque para quem vem de chinelos e T-shirt da rua onde estão 30. Depois, a decoração é tão massiva, estilo americano mesmo, GRANDE, com renas que se movem, pais Natal sentados à porta de casa a tirar fotografias com cada criança da fila... Por momentos somos mesmo aliciados a gastar dinheiro. Afinal, acho que é esse o propósito do aparato. Saindo do shopping...é Verão! E portanto não é Natal. 

Não pensem que me queixo, nada disso, gosto mais do calor do que do frio. Mas confesso que o Natal aqui não tem piada. Este seria o segundo que aqui passaria não tivesse já o bilhete comprado rumo ao meu querido Portugal, às doces rabanadas e à impagável reunião familiar na consoada coroada com um belíssimo bacalhau. Não me apetece dar nem receber prendas, este Natal só quero estar com quem me ama e com quem amo, de volta ao aconchego do ninho. 

Feliz Natal a todos!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Eu vou, eu vou, para a floresta eu vou


A Floresta da Tijuca ocupa 7% da cidade
Uma das coisas boas de viver no Rio de Janeiro é ter toda uma área verde que nos abraça. E quando falo de área verde não me refiro a jardinzinhos no meio da cidade mas à segunda maior floresta urbana do mundo que é o maciço da Tijuca.

Ofuscado pelas praias, pelo samba e pelas caipirinhas, um dos maiores tesouros naturais da cidade maravilhosa está mesmo aqui "à mão de semear" e é muitas vezes esquecido.

Cachoeira das Almas
A Floresta da Tijuca ocupa cerca de 7% da cidade e divide a zona norte da zona sul. Tem quase quatro mil hectares e é dividida em quatro sectores, por isso fiz apenas algumas as trilhas de um desses sectores que incluí: Andaraí, Tijuca e 3 Rios.

Foram quatro horas de caminhada tranquila passando por belas cachoeiras, lagos, mirantes e árvores tão exóticas e altas que não lhe vemos o fim. O clima aqui é tropical de altitude e só neste sector existem 148 cursos de rios que vão dar todos à Baía de Guanabara. Em algumas das cachoeiras é possível tomar banho como é o caso da Cachoeira das Almas, mas atenção, é preciso saber se há possibilidade de haver uma tromba de água pois à custa disso esta cachoeira ganhou o nome que tem. É que antigamente toda esta área era um cafezal e aqui ficavam muitos escravos a tomar conta das plantações. De vez em quando vinha uma tromba de água e todos eles morriam. Há quem diga que as almas dos escravos ainda por aqui andam....será?

Um quati à procura de comida
A meio do meu percurso, quando estou a passar por uma zona de picnic com churrasqueiras, o que encontro? Um quati! Um quaquê? Pois, também não sabia o que era nem nunca tinha visto tal bicho mas surpreendeu-me ver como ele não me estranhou a mim o quanto eu o estranhei a ele. Habituados à convivência com as pessoas que aqui vêm, os quatis descem das árvores à procura de alimentos "fáceis". Estes animais são mamíferos carnívoros aparentados do guaxinim mas com um nariz mais comprido e um corpo mais alongado. Não são esquisitos com comida e por isso gostam de "petiscar" em churrascos alheios.

Lago das Fadas
De borla, bom para o físico e para a saúde mental, uma limpeza de espírito, um retorno às raízes...Não vos parece que vale a pena trocar da selva de pedra pela selva da Tijuca por umas horas?

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Como é bom ser turista na nossa cidade


Cristo Rei e Ponte 25 de Abril em Lisboa
Depois de nove meses a viver no Rio de Janeiro finalmente pude visitar o meu País. É sempre  com o coração cheio de saudade e carinho que regresso às ruas por onde passei tantas vezes, que entro nas casas onde tantas memórias construí e que reencontro amigos com quem dei tantas risadas.

Nada como a bola com creme ao final do dia
Neste mês e meio que estive em Portugal pude tirar "a barriga da miséria" daquelas coisas que só nós  portugueses, especialmente emigrantes, sentimos falta quando não temos: peixe grelhado com salada de pimento assado, vinho verde, bola de Berlim na praia, pasteis de nata quentinhos, pão alentejano...e por aí fora...

Para além disto, decidi ser turista em Lisboa por dois dias e palmilhar, agora com "olhos de guia" e de emigrante, as velhas ruas da baixa pombalina, Alfama, Bairro Alto, Graça, Mouraria... E foi com grande surpresa e orgulho que me deparei com uma Lisboa bonita, funcional e muito virada para o turismo. Um turismo com muita escolha e modernizado. A cidade elevou-se às grandes capitais europeias naquilo que tem para oferecer e a maneira como o faz não deixa nada a desejar. Nós, portugueses, mais uma vez, fazemos de tudo para ajudar o estrangeiro, falamos qualquer língua mesmo sem saber e ainda por cima somos humildes e simpáticos. Foi isto pelo menos que senti por onde andei e com quem falei.

O Tuc Tuc é uma forma eficaz de passear por ruas estreitas
Desta visita destacaria alguns pontos até como dica para quem vai visitar a "menina e moça" ou para quem là está mas nunca o fez:

Andar de Tuc Tuc pela zona velha mas pedir ao motorista para parar nos monumentos e sair do transporte para neles entrar e dar uma espreitadela;

Subir ao Arco da Rua Augusta, que fez este Verão um ano que abriu ao público;

Visitar o Lisboa Story Centre no Terreiro do Paço, é verdadeiramente interessante a forma como contam a história deste lugar mítico que é a Praça do Comércio;

Entrar em lojinhas típicas de artesanato e ver como os suvenirs da cidade e do País evoluíram de quase inexistentes e pirosos a diferentes, modernos, apelativos e funcionais. Vejam bem que numa loja no Castelo de São Jorge encontrei ímans com o azulejo do miradouro da Amália que se localiza em Alcochete! Claro que comprei um pois, para quem não sabe, em Portugal a minha morada é em São Francisco, freguesia de Alcochete. Podem achar um pormenor ridículo mas para um Zé emigra estas coisas têm um valor especial.

Terreiro do Paço do alto do Arco da Rua Augusta
O tempo no ninho acabou e foi hora de voltar para o Brasil. Confesso que se pudesse era em Portugal que ficava, mas verdade seja dita já sentia falta da rotina familiar e de cumprir com os objectivos e obrigações que tenho na "cidade maravilhosa", afinal é aqui que agora vivo e tenho de estar bem com isso.

Adeus Castelo de São Jorge... adeus Lisboa...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Motorista de elevador ou operadora de botões?

Que o Brasil precisa de profissionais qualificados toda a gente sabe, mas que aqui existem empregos totalmente desnecessários foi uma novidade para mim.

Vejam por exemplo o caso das pessoas que estão nos supermercados a colocar as nossas compras nos sacos de plástico. Maior parte das vezes são tão lentas que atrasam ainda mais o andamento da fila a não ser que, como no meu caso, os próprios clientes façam o serviço. Algo normalíssimo em Portugal certo?


Mas acho que o melhor exemplo é das pessoas que trabalham nos elevadores dos centros comerciais ou nas empresas. Sim isto existe e é um emprego muito comum aqui no Rio que requer que uma pessoa passe o dia inteiro sentada numa cadeira ao lado dos botões do elevador só a perguntar em que andar os "passageiros" querem ficar e a pressionar determinado botão.



Até poderia pensar-se que assim será mais organizado e mais fácil andar de elevador mas não. Já cheguei a estar 15 minutos à espera de poder entrar num elevador com o carrinho do Gui porque estava sempre cheio de pessoas muito preguiçosas para usar escadas rolantes! E como os elevadores são tão pequenos e ainda levam um "passageiro" frequente e sua cadeirinha, pouco espaço resta para outros.

Que nome terá esta profissão? Motorista de elevador? Operador de botões? Ainda não sei, mas descobri ao perguntar a uma destas pessoas que os turnos podem ser entre oito a doze horas!

Pergunto-me: Será que este tipo de empregos surgiu para empregar mais gente sem qualificação? Porque não qualificar essas pessoas para que possam operar em áreas realmente necessárias?

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Metro só para mulheres

Dentro do Metro
Finalmente aventurei-me a andar de Metro rumo ao centro da cidade. Ouvi dizer que era muito lento e perigoso mas depois de já ter andado de autocarro (ônibus como eles dizem) na zona da Mangueira e subido a rocinha com um taxista 'faveleiro' pensei que sobreviveria andar umas quantas estações no Metro.

Eram oito da manhã quando entrei na primeira carruagem indicada por um segurança que ali se encontrava. Tinha algumas passageiras mas ainda muitos lugares vazios e a cada estação que parávamos só entravam mulheres. Achei estranho mas pensei ser coincidência. A viagem decorria tranquilamente, com mulheres a ler em ipads, mulheres a maquilhar-se, mulheres a ouvir música....só mulheres. Quando chego ao meu destino, estação Uruguaiana, é que vejo o sinal que indicava que naquela carruagem só podiam entrar mulheres!

Na plataforma junto à linha
É a primeira vez que vejo isto e já andei de Metro em Espanha, França, Itália, China e, claro, Portugal. Acho uma ideia genial porque bem me lembro em Lisboa, nas horas de ponta, sentir aquele roça roça de certos tarados ou olhares muito constrangedores. Até houve uma vez que seguia na linha amarela do Marquês de Pombal para a Cidade Universitária e um homem de sobretudo dentro do Metro pôs-se de frente para a porta com o 'dito cujo' na mão e a massajar-se!
Rua Candelária

Imagino que aqui no Rio tenham acontecido episódios de assédio tão ou mais sérios que este para assumirem esta medida. Quando comentei com uma colega de turma esta minha 'descoberta' fiquei ainda a saber que os seguranças que se encontram junto aos vagões só para mulheres chegam mesmo a tirar lá de dentro os homens "distraídos" que entram.

Igreja Nossa Senhora da Candelária
A viagem durou apenas 25 minutos (de autocarro é uma hora) e quando saio da estação e percorro a Rua da Alfândega em direcção ao Centro Cultural do Banco do Brasil para uma aula prática parece que estou numa cidade europeia! Senti-me bem ao caminhar por aquelas ruas e dei umas voltas extra pelos quarteirões da zona para admirar o ecletismo da arquitectura. Edifícios altos contrastam com igrejas do estilo barroco e centros culturais neoclássicos. Largas avenidas cruzam finas estradas que vão dar a pequenas praças...Fiquei com vontade de conhecer mais e melhor por isso é definitivamente um sitio para voltar!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Osmar "O" taxista

Sr. Osmar da Silva
O taxi é o meio de transporte mais seguro e também o mais caro aqui no Rio. Para quem, como eu, opta quase sempre por esta segurança tem de estar preparado para apanhar todo o tipo de condutores: simpático, carrancudo, asneirento, mudo, prestável, amoroso, ladrão, cómico...enfim, é sempre uma surpresa. E hoje a surpresa foi boa! Ao sair da escola apanhei o taxi do Sr. Osmar, "neto de português", "da família Silva, de Lisboa", como o próprio se apresentou depois de eu ter descrito todo o percurso que queria que fizesse para conseguir chegar a casa ao mesmo tempo do Guilherme que vem da creche no transporte escolar.

Carta de motorista
"Você sabe o caminho todo direitinho", disse o Sr. Osmar a rir. E eu expliquei: "É que infelizmente tem colegas seus que só pensam em enganar o cliente. A pior experiência que tive foi quando estava cá há umas semanas apenas e tive de apanhar um taxi no meio da noite para o hospital porque o meu bebé não parava de vomitar e o taxista andava às voltas comigo a dizer que não sabia o caminho e a fazer-me gastar tempo e dinheiro".

Sr. Osmar: "É menina, infelizmente tem gente assim...mas não entendo como alguém quer enganar você que é tão simpática e bonita?"

Mensagem de Camila Pitanga
Nem eu nem ninguém Sr. Osmar, pensei para comigo, isso é pura malandragem para qualquer pessoa e por isso agora antes de ir para algum lugar vejo no mapa os percursos possíveis.

Com esta história o Sr. Osmar deu-me algumas dicas de segurança a respeito dos taxistas e mostrou-me a sua licença de taxista que tirou em 1975, que na altura compreendia "aulas de atendimento ao cliente".

Vin Diesel agradece a corrida de taxi
Entretanto falámos de Portugal, das nossas famílias, do Rio, de emprego, e apesar da viagem ter sido curta o Sr. Osmar ainda me mostrou dois cadernos de mensagens deixadas por alguns dos seus passageiros. Ao folhear os cadernos encontrei simpáticos recados em inglês, francês, italiano e chinês e entre eles (espantem-se!) um da actriz brasileira Camila Pitanga e um do actor norte-americano Vin Diesel!

Chego a casa e nem dei pela viagem de vinte minutos que faço todos os dias. Sem dúvida que este é "O" taxista que quero voltar a encontrar. Caso para lhe dar uma gorjeta e dizer (ao estilo carioca): valeu!



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Mundo sem fim


Primeira visita técnica no Passeio da Cidade
Esta mensagem não é sobre os livros de Ken Follett. Este 'mundo sem fim' de que vos vou falar é aquele que descobri esta semana com o meu regresso à escola, desta vez, de turismo.

E porquê um curso de guia de turismo? Porque gosto de pessoas, de entreter, adoro viajar e quero conhecer histórias interessantes para depois reproduzi-las. Agora que escrevo isto apercebo-me que é um bocado aquilo que me levou a ser jornalista...

Confesso que tenho saudades do jornalismo, mas como no momento não posso exercer a profissão aproveito para entrar numa área que também sempre me aliciou, a do turismo.

A ideia não surgiu da noite para o dia. Já quando estávamos emigrados na riviera francesa pensei no assunto pois recebi muitos familiares e amigos para quem criei roteiros nos quais incluía explicações sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos e fazer isso foi algo que me deu muito prazer.

É engraçado, nesta altura o meu marido trabalhava no Mónaco mas vivíamos em Menton, que fica a dez minutos de comboio. E em nove meses que lá vivemos fiz oito roteiros turísticos ao Mónaco para as nossas visitas e conheci lugares que nem o meu próprio marido chegou a ver.

Com a minha turma à porta do CIETH na Rua das Marrecas
De volta ao Brasil...nesta primeira semana de aulas sinto-me literalmente uma esponja a absorver todas as informações à minha volta. Não sei se é porque há mais de um ano que não trabalho ou porque há muitos que não frequentava uma escola que vejo isto como um 'mundo sem fim', mas o que é certo é que o novo olhar que me proporciona abre um extenso corredor de possibilidades onde não enxergo o final.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Naquela manhã eu era o Indiana Jones!


A trilha no Corcovado é uma aventura mais do que recomendada. Já tinha ouvido falar desta forma de chegar ao cartão postal número um da cidade, a estátua do Cristo Redentor, mas também me disseram que seria muito duro e exigiria alguma preparação. Fiquei a matutar nisto alguns meses e finalmente ontem decidi abraçar o desafio mesmo sem nunca ter feito nada do género.


A altitude da montanha é de 704 metros começando no Parque Lage (lugar ao qual dedicarei outro post) e a distância total são 2.240 metros até o topo. 

Logo à partida quase me perco pois o início da trilha não está bem assinalado, assim como todo o caminho no qual só encontrei três placas. Ao perguntar a direcção certa aos seguranças do parque consegui chegar ao bem dito local.

Antes de começar a trilha deve-se passar por uma pequena cabana ainda no Parque Lage e dar ao segurança que lá se encontra o nosso nome e um número de telefone de emergência caso algo aconteça. O senhor perguntou se estava acostumada a fazer este tipo de coisas pois a trilha era "muito dura" e consideravelmente "perigosa". Respondi que era a primeira vez e pedi-lhe um mapa, ao que ele me negou por não ter nenhum e com cara de gozo desejou-me "boa sorte".

Fiquei a pensar que utilidade tem este segurança se nem um mapa ou conselhos pode dar a alguém que vai fazer a trilha. E se no final da mesma não está ninguém a registar a saída dos caminhantes, para quê ficar com o registo dos nomes?...

Cheia de adrenalina decidi tomar o caminho saindo à direita da cabana. A mata era um pouco fechada mas felizmente o caminho era único e não havia como me perder. Após cerca de 20 minutos de caminhada fácil encontrei a primeira cascata de água bem fresca. Outros 20 minutos decorridos, um segundo riacho e o início de outra trilha, esta mais íngreme e de difícil acesso. Aqui começou a aventura pois foi preciso fazer escalada e usar o apoio de troncos de árvores para ganhar impulso e/ou equilíbrio. Pensava que esta parte era curta e a cada 20 metros olhava para cima à procura do fim mas este só veio uma hora e meia depois! 

No entanto, a compensação foi bem grande pois deu para aproveitar as belas vistas que a natureza oferecia e ainda ter um encontro 'cara a cara' com um mico-estrela-de-tufo-branco que veio comer uma uva-passa na minha mão. 

Continuando o caminho, surge a hora de escalar umas pedras com a ajuda de uma corrente. Quase no topo cruzo com o trilho do Bondinho (o comboio que leva os turistas ao Cristo) e continuo pela mata atlântica mais um pouco até chegar a uma estrada e cinco minutos depois estou aos pés do Redentor. 

Foram duas horas e vinte minutos de caminho que não achei assim tão difícil. Mas confesso que depois de toda a trilha acidentada e avistando lá de cima a distância percorrida senti que naquela manhã eu era o Indiana Jones!
















segunda-feira, 28 de abril de 2014

O melhor brownie da cidade

Hoje fui em busca daquele que é considerado o melhor brownie da cidade e não é que fica a poucos minutos da minha casa? Caso para dizer que o pecado mora ao lado!

Não sei se de facto é o melhor porque não provei todos os que existem no Rio mas é muuuuuiiitoooo bom mesmo. Tem uns pedacinhos de amêndoa na parte de cima e chocolate derretido no centro...hummm...uma delicia para quem não resiste a um docinho de vez em quando (ou todos os dias, no meu caso).

O que tornou esta degustação mais interessante é que o café que oferece esta iguaria está dentro da livraria Argumento. E, claro está, saí de lá não só com o brownie na barriguinha mas também com três livros e um DVD na mão.

Adoro encontrar este tipo de cantos e recantos e apreciar o que de melhor têm para oferecer. E o Rio, mesmo não sendo "cidade maravilhosa", sem dúvida que está cheio de "encantos mil" por descobrir.




quinta-feira, 17 de abril de 2014

E quando chove?


Cabine telefónica da cidade dos pequeninos
Há dois dias que chove sem parar e quando se vive numa cidade de praia, jardins e ar livre ficamos um pouco à toa com o que podemos fazer com este tempo. Ficar o dia todo no sofá a ver filmes e comer chocolates seria bom...se não tivesse um bebé de férias da creche cheio de energia e pronto para explorar o mundo!

Os cariocas, na sua maioria, não gostam de molhar o pêlo e ficam em casa até o sol aparecer. A aversão a fazer qualquer coisa à chuva é tanta que eles quase não vendem nem usam roupa para proteger da chuva. Deviam ver a cara das pessoas quando saio com as minhas galochas: ficam pasmadas a olhar como se tivesse um animal raro agarrado aos pés. Dos cinco meses que já vivi aqui no Rio ainda só vi duas pessoas a usar galochas (e uma delas é finlandesa). Não é que chova com muita frequência mas quando chove é a sério, de alagar tudo, de o chão ficar nojento, tampas de esgoto saltarem...enfim, perfeito para usar galochas.

Com a Salli e o Iker na brinquedoteca 
Mas então o que fazemos em dias de chuva? Ás vezes vamos brincar para a casa dos nossos vizinhos finlandeses Salli e Iker que têm uma brinquedoteca muito boa no prédio. Outras vezes vamos ao teatro, aqui nas redondezas fazem muitas peças para bebés e nós já fomos ver três. E finalmente hoje descobri mais uma actividade que podemos fazer nestas alturas, brincar na cidade dos pequeninos!

No teatro Clara Nunes na Gávea
O espaço chama-se 'Anima-som' e fica no 4º piso do Shopping Leblon, que é a 10 minutos a pé da nossa casa. Perfeito porque o bebé apanha o arzinho fresco da chuva durante a caminhada e depois pode brincar à vontade quando lá chega. Não é barato, mas também não achei extremamente caro, 18 reais (mais ou menos cinco euros) a primeira meia hora e 10 reais (três euros) as restantes meias horas. O espaço é catita, limpo e até tem responsáveis que brincam com as crianças ou, se estas tiverem mais de três anos, tomam conta delas enquanto os pais vão às compras.

Assim "sobrevivemos" a mais um dia de chuva entretidos com várias brincadeiras num ambiente diferente.

Loja de brinquedos da cidade dos pequeninos

No mini-mercado
De mão na massa

Na lojinha de animais

Espaço baby


Na piscina de bolas

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Meu querido Jardim...


Ahhhh... o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um dos meus lugares preferidos na cidade e a 10 minutos de casa! 

Adoro passar as manhãs aqui e sempre que venho não consigo deixar de ficar impressionada com o imponente corredor de palmeiras-imperiais logo à entrada do portão

Ao caminharmos por esse corredor quem nos vem cumprimentar? Os esquilos caxinguelê! Em seguida, olhamos para cima e avistamos belos tucanos-de-bico-preto nos ramos das árvores. E quase chegando ao Rio dos Macacos vemos, claro está, macacos mico-estrela-de-tufo-branco a saltar de árvore em árvore. 

Mais de quatro mil espécies de plantas originárias da flora da América, Europa, Ásia, África e Oceania, e várias espécies de animais fazem deste Jardim, criado por D. João VI em 1808, um lugar mágico

Não é por acaso que Einstein e a Rainha Elisabeth II fossem alguns dos ilustres visitantes deste espaço pois para além de bonito, a cada golfada que damos sentimos um imenso ar puro a entrar nos nossos pulmões que nos enche a alma de tranquilidade.

Depois de um passeio a admirar toda esta riqueza chega a hora de visitar o local preferido do Guilherme. Atravessamos o Rio dos Macacos, passamos pela área dos piqueniques e entramos no parque infantil. Ideal para trazer bebés (só são permitidas crianças até aos 10 anos), tem muitos brinquedos para estimular o imaginário da criançada: uma casinha de madeira, um caixote de areia, um labirinto, escorregas, baloiços...

Este parque tem uma particularidade interessante pois era aqui mesmo que se encontrava, antes de ser destruída por uma explosão em 1831, a primeira Fábrica de Pólvora do Brasil, construída por D. João VI. Desse tempo só restaram os muros de pedra, construídos com óleo de baleia e o grandioso portal com o brazão da Coroa Portuguesa.

Para terminar em beleza a nossa visita ao meu querido Jardim, passamos pelo lago das tartarugas e vamos à cafetaria francesa 'La Biciclete' comer um croissant com geleia de framboesa e um sumo de laranja natural.

Esquilo caxinguelê

Tucano-de-bico-preto

Mico-estrela-de-tufo-branco

Portal da antiga Fábrica de Pólvora com o brazão da Coroa Portuguesa


Parque infantil
Parque infantil

Lago Frei Leandro
Cascata artificial
Gruta Karl Glasl
Fonte das Ninfas
Lago das tartarugas