terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

É Carnaval e há quem leve a mal

Ao fim do dia na avenida da praia
O Carnaval no Rio já começou! No domingo passado, o desfile de 50 blocos de rua arrastou multidões para a festa que antecede os quatro dias oficiais de Entrudo. 

Ao longo da avenida da praia, vimos mascarados e foliões de copo na mão agitados ao som da música. Alegria, sorrisos e energia elevada contagiam todos...bem, quase todos. 

Para muitos trabalhadores e moradores cariocas a confusão e excesso de gente tornam esta uma altura "infernal" e há quem aproveite para sair da cidade para outros Estados ou até mesmo outros países. Não os condeno pois até mesmo eu, que aqui cheguei não faz muito tempo, observo com tristeza as ruas virarem casas de banho públicas e lixeiras a céu aberto. Para já não falar do aumento de violência e roubos e ainda do trânsito caótico com a interdição de muitas estradas.

Será possível evitar problemas numa festa popular como o carnaval brasileiro? No ano passado, a data atraiu cinco milhões de foliões, dos quais 1,2 milhões eram turistas. Este número foi considerado excessivo por parte da prefeitura que quis diminuir o número de blocos na tentativa de organizar os desfiles deste ano.

Não me parece que a medida tenha surtido muito efeito. O caos e a alegria continuam de mãos dadas fazendo com que a "ordem e progresso" estampada na bandeira brasileira esteja mais longe do que nunca de ser uma realidade. Mas, como diz o ditado, "é carnaval, ninguém leva a mal!" e o povo (no geral) continua a divertir-se.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Vai 'Flyboy'! Corre!

Cada corrida dura menos de três minutos
Sempre tive vontade de assistir e apostar numa corrida de cavalos, como nos filmes, de pé na bancada a gritar em plenos pulmões pelo escolhido, agitando no ar o ticket da aposta...

Finalmente pude experimentar essa adrenalina. O Hipódromo Brasileiro, mais conhecido por Hipódromo da Gávea ou Jockey Club, é bem perto da nossa casa e é simplesmente o maior hipódromo de corridas de cavalos do Brasil. Abrange uma área de 640 mil metros quadrados e, mais importante para uma mãe zé emigra que não tem família por perto, é super acessível para levar crianças.

O Hipódromo da Gávea é o maior do Brasil
Todas as sextas, sábados, domingos e segundas há corridas. Nós fomos domingo ao final do dia e foi super tranquilo. Quando chegámos escolhemos uma mesa na esplanada, pedimos caipirinhas e cervejas e lá fomos apostar todos entusiasmados.

As apostas são super fáceis de fazer e no local os funcionários explicam tudo. Como era a nossa primeira vez, fizemos apostas simples e baixas pois o objectivo era a diversão, que começava com os nomes dos cavalos:
'Feia que dói', 'Desejado', 'Bebé macio', 'Tanto luxo', 'Fim da picada', 'Chave de cadeia', 'Brilhantíssima', 'Velvet Success', 'Talvez um dia', 'Rolls Royce', 'Olhos nos olhos', 'Porquénotecallas', entre outros.

Apostámos 10 reais (3 euros) em cada cavalo nas três corridas que apanhamos antes de terminar. A cada corrida, que durava apenas dois ou três minutos, subíamos para a bancada e torcíamos pelos nossos cavalos. E não é que um dos cavalos que escolhemos para o nosso Gui, o 'Flyboy', pisou a linha da meta em primeiro lugar?! Sabem quanto ganhámos? Um real! Haha! É o que dá apostar pouco... Mas a adrenalina de vê-lo disparar e ultrapassar todos os outros não tem valor. 

Aconteceu outra coisa engraçada. Nesta corrida, a ordem de chegada revelou que os nossos cavalos ocupavam as três primeiras posições. Se tivéssemos apostado que iríamos conseguir isto tínhamos saído de lá com muuuuitooo dinheiro. Talvez para a próxima pois com certeza quero lá voltar!

Para quem quiser fazer este programa, há um pormenor importante: a entrada é gratuita para assistir às corridas mas para ficar junto à meta há um certo código de traje para os homens que não permite o uso de camisolas de alças


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

FIFA 1 - Brasil 0

Maracanã visto do Cristo Redentor
A copa do mundo da FIFA 2014 ainda não começou e o Brasil já está a perder. Assunto polémico por estas bandas, basta perguntar a qualquer pessoa na rua que opinião tem sobre o assunto e muitas das respostas são similares: é um desperdício de recursos aplicar tanto dinheiro e energia em estruturas que ao lado de outras não carecem de tanta atenção.

Até agora o governo brasileiro (ou melhor, os contribuintes) gastou mais de 1 bilhão (mil milhões) na reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido por Maracanã, para que ficasse com os 'standarts' da FIFA. O telhado de cimento foi trocado por lona e as arquibancadas por arena, entre outros pormenores.

Segundo a FIFA, o que está a ser feito é "usar o poder do futebol para construir um futuro melhor para todos". Todos quem?…é nisto que deviam ter cuidado…

No interior da Rocinha quando lá fui em 2010
Na rocinha, a maior favela da América Latina, vivem 200 mil pessoas que formam cerca de 50 mil famílias. Sabem o que o dinheiro da reforma do Maracanã dava para fazer? Dava para construir um apartamento de 45 m2 para cada uma dessas famílias!



Este é apenas um exemplo, até porque o Maracanã só vai receber sete confrontos e muitos outros estádios pelo Brasil também estão a sofrer obras ou até mesmo a serem construídos de raiz para serem palco de mais jogos. Tudo para um campeonato que dura um mês. E depois?…

Faz-me lembrar o que aconteceu em Portugal com o Euro 2004: estádios que ficam ao abandono, estruturas novas a apodrecer…