quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Eu vou, eu vou, para a floresta eu vou


A Floresta da Tijuca ocupa 7% da cidade
Uma das coisas boas de viver no Rio de Janeiro é ter toda uma área verde que nos abraça. E quando falo de área verde não me refiro a jardinzinhos no meio da cidade mas à segunda maior floresta urbana do mundo que é o maciço da Tijuca.

Ofuscado pelas praias, pelo samba e pelas caipirinhas, um dos maiores tesouros naturais da cidade maravilhosa está mesmo aqui "à mão de semear" e é muitas vezes esquecido.

Cachoeira das Almas
A Floresta da Tijuca ocupa cerca de 7% da cidade e divide a zona norte da zona sul. Tem quase quatro mil hectares e é dividida em quatro sectores, por isso fiz apenas algumas as trilhas de um desses sectores que incluí: Andaraí, Tijuca e 3 Rios.

Foram quatro horas de caminhada tranquila passando por belas cachoeiras, lagos, mirantes e árvores tão exóticas e altas que não lhe vemos o fim. O clima aqui é tropical de altitude e só neste sector existem 148 cursos de rios que vão dar todos à Baía de Guanabara. Em algumas das cachoeiras é possível tomar banho como é o caso da Cachoeira das Almas, mas atenção, é preciso saber se há possibilidade de haver uma tromba de água pois à custa disso esta cachoeira ganhou o nome que tem. É que antigamente toda esta área era um cafezal e aqui ficavam muitos escravos a tomar conta das plantações. De vez em quando vinha uma tromba de água e todos eles morriam. Há quem diga que as almas dos escravos ainda por aqui andam....será?

Um quati à procura de comida
A meio do meu percurso, quando estou a passar por uma zona de picnic com churrasqueiras, o que encontro? Um quati! Um quaquê? Pois, também não sabia o que era nem nunca tinha visto tal bicho mas surpreendeu-me ver como ele não me estranhou a mim o quanto eu o estranhei a ele. Habituados à convivência com as pessoas que aqui vêm, os quatis descem das árvores à procura de alimentos "fáceis". Estes animais são mamíferos carnívoros aparentados do guaxinim mas com um nariz mais comprido e um corpo mais alongado. Não são esquisitos com comida e por isso gostam de "petiscar" em churrascos alheios.

Lago das Fadas
De borla, bom para o físico e para a saúde mental, uma limpeza de espírito, um retorno às raízes...Não vos parece que vale a pena trocar da selva de pedra pela selva da Tijuca por umas horas?

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Como é bom ser turista na nossa cidade


Cristo Rei e Ponte 25 de Abril em Lisboa
Depois de nove meses a viver no Rio de Janeiro finalmente pude visitar o meu País. É sempre  com o coração cheio de saudade e carinho que regresso às ruas por onde passei tantas vezes, que entro nas casas onde tantas memórias construí e que reencontro amigos com quem dei tantas risadas.

Nada como a bola com creme ao final do dia
Neste mês e meio que estive em Portugal pude tirar "a barriga da miséria" daquelas coisas que só nós  portugueses, especialmente emigrantes, sentimos falta quando não temos: peixe grelhado com salada de pimento assado, vinho verde, bola de Berlim na praia, pasteis de nata quentinhos, pão alentejano...e por aí fora...

Para além disto, decidi ser turista em Lisboa por dois dias e palmilhar, agora com "olhos de guia" e de emigrante, as velhas ruas da baixa pombalina, Alfama, Bairro Alto, Graça, Mouraria... E foi com grande surpresa e orgulho que me deparei com uma Lisboa bonita, funcional e muito virada para o turismo. Um turismo com muita escolha e modernizado. A cidade elevou-se às grandes capitais europeias naquilo que tem para oferecer e a maneira como o faz não deixa nada a desejar. Nós, portugueses, mais uma vez, fazemos de tudo para ajudar o estrangeiro, falamos qualquer língua mesmo sem saber e ainda por cima somos humildes e simpáticos. Foi isto pelo menos que senti por onde andei e com quem falei.

O Tuc Tuc é uma forma eficaz de passear por ruas estreitas
Desta visita destacaria alguns pontos até como dica para quem vai visitar a "menina e moça" ou para quem là está mas nunca o fez:

Andar de Tuc Tuc pela zona velha mas pedir ao motorista para parar nos monumentos e sair do transporte para neles entrar e dar uma espreitadela;

Subir ao Arco da Rua Augusta, que fez este Verão um ano que abriu ao público;

Visitar o Lisboa Story Centre no Terreiro do Paço, é verdadeiramente interessante a forma como contam a história deste lugar mítico que é a Praça do Comércio;

Entrar em lojinhas típicas de artesanato e ver como os suvenirs da cidade e do País evoluíram de quase inexistentes e pirosos a diferentes, modernos, apelativos e funcionais. Vejam bem que numa loja no Castelo de São Jorge encontrei ímans com o azulejo do miradouro da Amália que se localiza em Alcochete! Claro que comprei um pois, para quem não sabe, em Portugal a minha morada é em São Francisco, freguesia de Alcochete. Podem achar um pormenor ridículo mas para um Zé emigra estas coisas têm um valor especial.

Terreiro do Paço do alto do Arco da Rua Augusta
O tempo no ninho acabou e foi hora de voltar para o Brasil. Confesso que se pudesse era em Portugal que ficava, mas verdade seja dita já sentia falta da rotina familiar e de cumprir com os objectivos e obrigações que tenho na "cidade maravilhosa", afinal é aqui que agora vivo e tenho de estar bem com isso.

Adeus Castelo de São Jorge... adeus Lisboa...