terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Cariocas: mestres na arte de receber

Cristo Redentor da janela da sala
Chegar ao Rio de Janeiro em Novembro é o melhor que pode acontecer a um Zé emigra. Especialmente para quem adoooora praia! Que é o nosso caso.

O Verão estava a começar quando aterrámos na cidade maravilhosa, já por si um um sinal de boas vindas. Mas deixem-me falar-vos dos cariocas: mestres na arte de receber, jogam charme em tudo o que dizem. Talvez seja aquela forma de falar açucarada que deixa o discurso 'gostoso' mas uma coisa é certa, são muito prestativos e fazem-nos sentir especiais.

Adoro sair à rua e nos cinco minutos de caminho para a padaria, que aqui significa pastelaria/café, três ou quatro pessoas já meteram conversa connosco. E quando descobrem que somos portugueses, aí a "festa" aumenta porque tem sempre alguém que é neto, sobrinho ou filho de português que acaba contando um pouco da sua ligação à nossa terra.

Numa destas conversas de rua aprendi que os nascidos na cidade do Rio de Janeiro são chamados de "cariocas" devido ao Rio Carioca, que fornecia água potável à população.

A maioria dos taxistas que tenho conhecido também são extremamente simpáticos e conversadores. Contam um pouco da sua história, perguntam sobre a nossa, dão dicas sobre o que de melhor se pode fazer aqui e o que não arriscar. E quase todos dizem: "muito bem vindos", "boa sorte", "que sejam muito felizes aqui", "espero que gostem da estadia", etc. O tipo de coisas que na Europa só ouvimos num hotel acima de três estrelas.

Da janela da cozinha o morro 'Dois Irmãos'
Um destes taxistas contava-nos ontem que em cada sete pessoas que encontramos nas ruas do Rio, apenas uma é carioca. Aqui, como em quase todas as grandes cidades do mundo, há uma grande variedade de nacionalidades a coabitarem e tudo começou porque esta era a porta de entrada do Brasil e o palco dos mais importantes momentos políticos da formação do país: capital do vice-reinado, corte imperial, capital da República.

Por volta de 1800, milhares de imigrantes 'ancoraram' no Rio. Também nesta altura, a vinda de mercadorias estrangeiras bem como as facilidades económicas contribuíram para alterar a vida dos locais da zona sul do Rio de Janeiro. Cá para mim, foi aqui que os cariocas começaram a dar os primeiros passos na arte de bem receber.




2 comentários:

  1. Estou a adorar o blog! Sendo eu uma ze emigra tambem e' bom poder ler e identificar-me com todos esses momentos de inseguranca, descoberta, partilha de peculiaridades culturais e enriquecimento pessoal. Sinto saudades das minhas raizes e memorias que por la ficaram, mas feliz por nao ter tido medo de atravessar fronteiras para poder abrir horizontes. Ainda melhor e' poder partilhar estas emocoes com os amigos, ainda que 'a distancia....

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